Com a adoção de medidas de distanciamento social a Terra teve uma diminuição no seu ruído sísmico, o som gerado pela vibração da crosta terrestre, que é medido por sismógrafos.

Esta redução está ligada a menor movimentação de pessoas, veículos e pausa de diversas atividades humanas. Pode parecer exagerado pensar que ações humanas possam interferir na dinâmica terrestre, mas quando somadas todas as ações humanas causam variações nessa vibração.

Um dos primeiros a salientar esse aspecto foi Thomas Lecocq, geólogo e sismólogo do Observatório Real da Bélgica. Segundo ele, Bruxelas, a capital belga, está observando uma redução de 30% a 50% no ruído sísmico ambiental desde meados de março, época em que o governo do país começou a implementar o fechamento de escolas e empresas e outras medidas de distanciamento social. O nível de ruído resultante é comparável ao registrado no dia de Natal, afirmou Lecocq.

Gráfico dos ruídos sísmicos ambientais em Bruxelas de 17 de fevereiro a 17 de março. Crédito: Seismologie.be

Esta diminuição favorece o estudo de fenômenos geológicos, proporcionando resultados mais precisos, por exemplo os estudos marítimos, já que as ondas do mar são causadas por vibrações sísmicas.

No Brasil a Rede Sismógrafa Brasileira (RSBR) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) identificaram que o isolamento proposto no país também impactou na emissão de ruídos símicos em território nacional.

Gráfico dos ruídos sísmicos  em Canela – RS (Brasil)  de 01 de março a 06 de abril. Crédito: Centro de Sismologia da USP.

 

Segundo Marcos Ferreira, geofísico do Laboratório de Sismologia da CPRM esta identificação foi possível porque existe uma série histórica de ruídos sísmicos percebidos.

 

By | 2021-01-15T14:09:44+00:00 abril 24th, 2020|Notícias|